Correio eletrônico

Carta enviada ao Ministério da Educação e Cultura - MEC

 

Natal-RN, 01 de setembro de 2010

Ilustríssima Senhora

Caetana Juracy Rezende Silva,

Coordenadora Geral de Políticas de Educação Profissional e Tecnológica

Prezada Senhora,

Por meio desta, nós alunos do PROEJA do IFRN – Campus Natal/Zona Norte, expomos mais uma vez, alguns dos problemas enfrentados ao longo do curso. Dentre eles destacamos o atraso do fomento, que tem como finalidade contribuir para amenizar as principais necessidades dos educandos, tais como, transporte, alimentação, material escolar etc. Ocorre que, desde o começo do ano, só recebemos três parcelas da bolsa

. É importante ressaltar que muitos de nossos colegas, devido à dificuldade financeira estão sendo obrigados a andar de 10 a 15 km a pé para assistir aula. Além disso, por não ter condições de pagar o transporte nem sua alimentação, alguns alunos já estão falando em desistir do curso, o que não seria bom nem para eles nem para o IFRN nem mesmo para o PROEJA, pois isso aumentaria o índice de evasão escolar.

Considerando que muitos dos alunos que estão atualmente no PROEJA procuraram o programa, por já terem sido obrigados a se afastarem da escola antes por falta de condições financeiras, isso representa para esses estudantes a negação dos seus direitos duas vezes, porque, constitucionalmente, é garantido a todo cidadão brasileiro o direito à educação.

Outro ponto importante a ser citado é a falta de material didático específico para os alunos do PROEJA, pois ao contrário dos alunos do Ensino Médio Integrado Regular, nós do PROEJA, não temos esse material assegurado. Por causa disso, sentimos muito mais dificuldades, pois não dispomos de material para estudar.

Um aspecto a ser destacado também é a falta de professores. Isso normalmente compromete o andamento das atividades do período letivo, devido à demora na liberação das vagas pelo MEC. Por causa desse problema, temos nos prejudicado bastante ao longo do curso. Já houve casos de passarmos quase todo o semestre sem professores em sala de aula. Evidentemente, isso compromete nossa formação.

Além disso, é preciso que sejam pensadas alternativas para a melhoria da oferta de estágio. Seria importante, talvez, que fosse viabilizada uma parceira entre instituições públicas e privadas para garantir a oportunidade de estágio a todos os alunos, pois sem ele não obteremos a certificação do curso nem poderemos nos inserir nem nos manter no mercado de trabalho.

Por fim, considerando a relevância do programa para a nossa formação geral e qualificação profissional, além do impacto disso em nossas vidas, sugerimos que essa oportunidade de inclusão social seja ofertada a tantos outros jovens e adultos. Sendo assim, é preciso pensar na transformação do PROEJA em política pública, para garantir melhores perspectivas de mudanças na sociedade brasileira.

Gostaríamos, enfim, de poder contar, mais uma vez, com o seu apoio para o atendimento das solicitações aqui apresentadas. Necessitamos muito da sua ajuda para nos mantermos na luta por melhores condições de educação e para garantirmos efetivamente o nosso direito à educação de qualidade.

Antecipadamente, agradecemos a atenção que nos tem dispensado.

Atenciosamente,

Alunos do PROEJA do IFRN – Campus Natal/ Zona Norte